Olá pessoas, boa noite!
Férias, viagens, amigos, família,
comidas, gordices, músicas e, claro que não pode faltar, uma boa leitura. Hoje
eu vim para falar, mais uma vez, sobre José Condé. Na realidade, vim para falar
especificamente de uma obra dele: Um Ramo para Luísa.
Sabe aquela leitura que parece
que o leitor está na cena que o autor está escrevendo?!?!?!?! Que novela
incrível! Então, a novela trata da solidão mais profunda e terrível que o homem
pode passar. É uma busca pelo amor impossível, mas não é um romance “água com
açúcar” (aquele que diabéticos não podem ler rsrsrsrsrs), mas tem como
desespero o sexo, pensamento e o coração dos personagens. São momentos de bastante
reflexão.
“[...] Não quis José Condé, ao
escrever Um ramo para Luísa, julgar nem condenar, penso eu. Quis apenas contar,
colocar ante o leitor um punhado de gente, arrancada da fria noite sem sentido
e sem solução, amarga como um soluço de criança, e penetrar em suas razões,
compreendê-la. Assim o fez e o calor de sua ternura pelas personagens, seu
desejo de bem compreendê-los, deu a essa novela uma pungente realidade. Aquilo que poderia ser cinismo e
escabrosidade, escândalo e gratuita violência, ganha uma nobreza de sofrimento,
de ânsia de vida e de amor, - por vezes a novela dá-me a impressão de
desesperado grito de socorro. [...]”
Palavras do Jorge Amado, no
prefácio do livro de Condé. É... para quem não sabe, eles eram muito amigos!
A personagem que mais admiro é a
própria Luísa. Que beleza... incomum. Em muitos momentos me identifiquei e
adorei certos pensamentos. Eram coisas que eu, simplesmente, sentia, mas Condé,
mesmo sendo de uma geração completamente diferente da minha, conseguiu escrever
muito do que penso. O que o torna bastante atual.
“[...] – Era uma tristeza mais do
que tristeza, uma saudade de cheiro de terra e de bichos, do estrume do curral,
do suor dos negros trabalhando – era tudo isso e não era bem isso. Era muito
mais. Com seiscentos diabos, mas eu sentia uma falta desesperada de alguma
coisa, dentro de mim, que não estava morta e que também não estava viva...
[...]”
Às vezes é isso que sinto. Sinto
uma saudade desesperada que não tenho como evitar, de algo que não está morto,
mas também não está vivo... é basicamente uma calma vazia. Estranho, eu sei! Ou então, não penso. Sou feliz ou triste...
sem motivos! Sim, é exatamente assim que um dos personagens se sente! ¬¬
Essa é uma das obras que você não
pode morrer sem ler. Como os livros de Condé não são tão fáceis de encontrar e tal, há a
possibilidade de ser comprado em algum sebo. Geralmente, compro no WWW.estantevirtual.com.br . É uma
ótima sugestão de leitura. Aproveitem as férias.
Boa noite e aquele abraço!
Deve ser ótimo *-*
ResponderExcluirÍtalo, querido! É muito bom mesmo! Não deixe de ler!
Excluir*.*
Adorei, Jeka!Fiquei com vontade de ler!
ResponderExcluirLaurinha amore! Lê mesmo, tenho certeza tu vai gostar! Eu coloquei o site que tu pode encontrar o livro e, por incrível que pareça, é muito barato!
ExcluirBeijo pra tu!
Oi Jéssica, adorei o seu blog :) com dicas de leitura e tudo, quem sabe podemos trocar textos, poesias?! mas, a muito tempo não escrevo. Um abraço!
ResponderExcluirOi Samuel. Comece enviando os seus textos para o nosso e-mail. :)
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirO que mais gosto nesta obra é a característica experimentalista de sua composição, misturando diversas mídias, numa aparente desordem, que obriga o leitor a ficar atento ao roteiro fragmentado, para não se perder na narrativa.
ResponderExcluirTrês curiosidades sobre este livro:
1) Em 1965, J. B. Tanko transpôs esta obra para a tela, num filme que recebeu o mesmo título, e cujo elenco é composto por Claudio Cavalcanti, Darlene Glória, Elizabeth Gasper, Iracy Benvenutti, Isolda Cresta, Lilian Campos, Lucia Alves, Moacyr Deriquém, Ricardo Bravo e Sonia Dutra. Há tempo que rodo em busca desse filme...
2) Enquanto Jorge Amado se derramava em elogios ao livro, a jornalista Patrícia Galvão, a Pagu, escreveu um artigo descendo o pau na obra, dizendo que era pior do que as obras de Nelson Rodrigues, que já não tinham valor algum.
3) José Condé afirmou, certa vez, numa de suas últimas entrevistas, que este era um dos seus livros de que menos gostava.
Quanto a aparente desordem, foi um dos aspectos que mais gostei. Realmente é preciso estar atento para não perder-se no meio do caminho! E o mais interessante é que esta composição é extremamente difícil de realizar, só mesmo bons escritores conseguem fazer com competência.
ExcluirSobre as curiosidades, eu sabia apenas da segunda. Tenho essa crítica em casa, vou ler novamente e logo mais escrevo sobre isso aqui!
Engraçado que há muitos casos de o autor não gostar tanto de uma obra e a mesma ser considerada uma das melhores...
E sobre o filme, eu vou procurar! Se um milagre acontecer e eu achar... te dou de presente! :)
Muito legal, Juice!
ResponderExcluirBrigada Gabi! Espero que, como leitora ativa, você possa um dia passar nomes da Literatura local e incentivar a leitura deles a Vivi e Luquinhas! E quando lançar seu livro, eu vou adorar escrever e divulgar seu trabalho por aqui!
ExcluirAbraço!