Ok! Qual o problema, hein? É tão difícil assim olhar para alguém ou uma criança e apenas acolher?? Descobrir o que ela quer? Eu devo ser de outro mundo!!!
Muitas vezes, na clínica, recebo pais preocupados com seus filhos porque eles estão muito agitados, não param quietos ou não estão aprendendo. Muitas vezes os que não estão aprendendo estão tristes, um luto mal resolvido, a falta de atenção, a falta de ter alguém com quem brincar! Os que não param quietos muitas vezes estão apenas sendo crianças, filhos únicos, com pais que trabalham o dia todo e eles possuem muita energia e gostam de brincar, mas não tem com quem e ainda são tachados de crianças hiperativas!
Os pais? Estes estão preocupados com o que está acontecendo, mas muitas vezes são incapazes de ver um palmo a frente do nariz. Aí, eu fico me perguntando sou eu que sou doida por ver algo que considero tão óbvio, por ver que as vezes apenas um pouco de escuta poderia amenizar a situação, ou se são as dificuldades dos pais de lidarem com seus próprios sentimentos que os impedem de ver os sentimentos de seus filhos.
Muitas vezes, na clínica, recebo pais preocupados com seus filhos porque eles estão muito agitados, não param quietos ou não estão aprendendo. Muitas vezes os que não estão aprendendo estão tristes, um luto mal resolvido, a falta de atenção, a falta de ter alguém com quem brincar! Os que não param quietos muitas vezes estão apenas sendo crianças, filhos únicos, com pais que trabalham o dia todo e eles possuem muita energia e gostam de brincar, mas não tem com quem e ainda são tachados de crianças hiperativas!
Os pais? Estes estão preocupados com o que está acontecendo, mas muitas vezes são incapazes de ver um palmo a frente do nariz. Aí, eu fico me perguntando sou eu que sou doida por ver algo que considero tão óbvio, por ver que as vezes apenas um pouco de escuta poderia amenizar a situação, ou se são as dificuldades dos pais de lidarem com seus próprios sentimentos que os impedem de ver os sentimentos de seus filhos.
E afinal de contas, por que é que criança não pode mais brincar? Ou elas possuem muitas atividades ou não tem com quem brincar e por isso não brincam... Sabem o que mais escuto das crianças???
"Eu gosto de vir pra cá, porque eu tenho com quem brincar"
Acho que as pessoas esqueceram de como é compartilhar... de como é brincar... na verdade, acho que isso é um mal de quase toda a maioria dos adultos! É por isso que sempre adorei Peter Pan e nunca quis virar adulta. Pra mim adulto tem um "Q" de pessoas sérias e chatas... A medida que fui crescendo notei que as coisas eram diferentes, que existiam adultos que sabiam manter sua criança interior, acho que ela é quem dá a tonalidade, a sensibilidade, pra ouvir um choro, um medo, uma frustração e acatar sem se desesperar..
A vida frusta! A vida é cruel! E ela é bela! É divertida! E pode ser mágica! E é nisso que tá a graça, no equilíbrio do desequilíbrio... Já imaginou se tudo fosse o tempo todo belo? Pra que iríamos nos mexer pra fazer qualquer coisa??? E se a vida fosse o tempo todo triste, como se poderia suporta-la?
É por esse equilíbrio desequilibrado que a gente precisa de pais que acolham as dores e as alegrias desde crianças, para isso que precisamos de amigos e que precisamos saber brincar, brincar quando tiver triste e brincar quando tiver alegre. Também deve ser exatamente por isso que as vezes vamos precisar de terapia, porque nem sempre dá pra se desfazer os nódulos e elaborar tanta maluquice dentro do meio que a gente vive, simplesmente, as vezes a dor que sentimos é tão grande e é tão semelhante aos que ao nosso lado convive que eles não vão aguentar nos ouvir e vamos nos sentir sozinhos...
Pais e filhos... Espelho duplo...
Enfim, apenas queria falar sobre minha indignação com a forma de que alguns pais lidam com os filhos! Na verdade, com a forma que algumas pessoas lidam com a vida... E fico me perguntando: onde foi parar a sensibilidade??? O simples cuidado com e pelo outro ser humano que está ao nosso lado ou à nossa frente???
A vida frusta! A vida é cruel! E ela é bela! É divertida! E pode ser mágica! E é nisso que tá a graça, no equilíbrio do desequilíbrio... Já imaginou se tudo fosse o tempo todo belo? Pra que iríamos nos mexer pra fazer qualquer coisa??? E se a vida fosse o tempo todo triste, como se poderia suporta-la?
É por esse equilíbrio desequilibrado que a gente precisa de pais que acolham as dores e as alegrias desde crianças, para isso que precisamos de amigos e que precisamos saber brincar, brincar quando tiver triste e brincar quando tiver alegre. Também deve ser exatamente por isso que as vezes vamos precisar de terapia, porque nem sempre dá pra se desfazer os nódulos e elaborar tanta maluquice dentro do meio que a gente vive, simplesmente, as vezes a dor que sentimos é tão grande e é tão semelhante aos que ao nosso lado convive que eles não vão aguentar nos ouvir e vamos nos sentir sozinhos...
Pais e filhos... Espelho duplo...
Enfim, apenas queria falar sobre minha indignação com a forma de que alguns pais lidam com os filhos! Na verdade, com a forma que algumas pessoas lidam com a vida... E fico me perguntando: onde foi parar a sensibilidade??? O simples cuidado com e pelo outro ser humano que está ao nosso lado ou à nossa frente???
Pois é, Rosario. Onde está a sensibilidade humana em dias tão conturbados? Ligaram as máquinas e desligaram a humanidade...
ResponderExcluirOntem à noite, quando voltava da Universidade para casa, discutia exatamente isto com uma colega e uma professora. Falávamos sobre a atitude das crianças e seus limites. Elas estavam indignadas porque as crianças hoje em dia não respeitam mais os pais, não conseguem ser "controladas", coisa e tal, e deram dois exemplos. O primeiro: a professora saiu para um bar com os amigos e um casal que também foi levou a filha pequena. Lá, entre a mesa, as bebidas e os adultos, ela resolveu brincar, escondendo-se embaixo da mesa. E isso irritou a professora e os demais pois estavam atrapalhando a conversa. Mas eu pergunto: e eles não a estavam atrapalhando de brincar? O outro exemplo: minha colega tinha levado a irmã pequena para um jogo de vôlei (da qual participei) e, enquanto brincávamos, ela ficava do lado de fora; volta e meia ela entrava na quadra de areia e nos atrapalhava. Mas, imagine uma criança vendo adultos brincando e não poder brincar? Deve ser difícil...
Também concordo que às vezes as crianças podem nos atrapalhar, mas nós também as atrapalhamos demais! Tiramos seu tempo com tantas "obrigações" (escola, aula de judô, de música, de ballet, de natação, de língua estrangeira, de reforço escolar, e por aí vai) e não respeitamos seu tempo de aprendizado, de vivência; e além do tempo, tomamos conta também de seu espaço. O parque, o circo (ah, o circo...), o campo de futebol (às vezes aquele em frente à nossa casa ou prédio, demarcado por nossa imaginação), a casa na árvore (que nem precisa ser casa, basta ter um bom galho para subir), o velho sítio dos avós, a tarde na praia, o dia na rua. São espaços que perdem a honra de suas visitas, pois tornam-se cada vez mais perigosos, escuros, tensos, estressantes, então trancamos as crianças em condomínios fechados e as compramos brinquedos caros (e muitas vezes entediantes para que suportem de bom grado o crime que cometemos). Compramos "coisas" em busca de um sorriso, de sentimentos. Já não basta a escola com toda sua loucura diária, de padronizar o hábito de cada criança e injetar nelas horas e mais horas de muito tédio, os pais fazem o mesmo ou pior em casa.
Nery C., em sua dissertação de mestrado, diz:
"... como alunos, as crianças não podem brincar, nem ficar alegres na escola! Eles aprendem a dizer e se convencem de que devem se comportar direito, ficar bonzinho, ficar quieto, não falar e daí, sim, se for possível..., se sobrar tempo..., se aprenderem direito..., vão poder brincar e ficar alegres!" (2001, p. 113).
Em outras palavras: a homogeneidade infantil (sua normatização) é um componente indispensável para que elas possam, "se sobrar tempo", se divertir. Mas quem legitima essa regra são adultos, adultos que por sua vez parecem ter esquecido que já foram crianças um dia e que, neles, ainda há uma criança adormecida. Não as escutamos, não respeitamos seus espaços de sociabilidade e seus tempos de aprendizagem, e ainda exigimos comportamento "exemplar" diante de toda e qualquer situação.
“É preciso amar e respeitar as crianças”
(Rubem Alves, "Ostra Feliz Não Faz Peróla", 2008, p. 122).
Pois é isso aí, Douglas! Eu não acho que não sejam as crianças que não possam ser controladas... Eu acho é que foram os adultos que perderam a medida do que é educar.
ExcluirDarei uns exemplos rápidos: Festa de um ano da minha sobrinha, criança indo prum lado e pro outro e tals... Ela corre, mete a testa na porta... Onde estão os adultos? A mãe e o pai? A mãe tava organizando os comes e bebes, o pai bebendo... Quem socorre? Uma prima de 10 anos que fica mais do que alarmada. Bota a criança no braço e sai quase descabelada até a mãe da criança. Eu tava vendo a cena de uma relatividade próxima, vi que não tinha acontecido nada demais. Se tivessem continuado com a brincadeira, ou a guria dissesse apenas, olha não aconteceu nada, tivesse um pouco mais de segurança, a pirralha, minha sobrinha, não estaria chorando. Passam as duas por mim. Eu, tranquilamente, olho pra maior e faço, "me dê ela aqui", a guria olha pra mim em dúvida, eu repito num tom que não permitia contestações, ela me entrega a criança. Olho pra testa, olho pra guria e faço, "B. já passou, tá tudo bem, olha não tem nada. Tá vendo?" A menina no mesmo instante para de chorar e começa a sorrir e em dois segundos tá brincando. Mas qual a cena que se vê normalmente? A criança cai e o pai corre desesperado achando que aconteceu uma catástrofe!
Segundo exemplo, parecido com os seus, chegam os pais na clínica com o seguinte discurso:"Não porque meu filho não para quieto, porque ele não obedece, porque ele não presta atenção e tá muito agressivo e não sei o quê!". Aí, eu faço, "ok, tragam a criança". Na primeira sessão, a criança normalmente fica quietinha, tá te conhecendo e tals, ambiente estranho, normal! Mas as sessões continuam e eu fico me perguntando, onde a criança não para quieta se ela para pára se concentrar e jogar um jogo comigo? Ou como ela não obedece se toda vez ela cumpre com o trato de deixar arrumar a sala antes de sair? A agressividade só é demonstrada nas brincadeiras... Que crianças são essas que aqui são de um jeito e lá fora é de outro? Qual a variável? O ambiente e a forma como o ambiente interage com a criança...
Creio que com essa história de que o que é certo e errado, bater ou não bater, brigar ou não brigar. Liberdade x medo x respeito tornou-se algo complicado pra geração dos anos 80,90, saberem o que é ser pais... minto, não é ser pais... é como ser pais...
Enfim, acho que isso fica de reflexão... Como tratamos as crianças, como tratamos a nós mesmo... Como estamos lidando com o tempo e com nossas relações!
Li e reli seu texto algumas vezes. Dúvida da porra: que dizer? A única coisa que brada em mim é uma pergunta, que, além de indelicada para com vc, seria no nível das que eu ODIAVA ouvir, anos atrás...
ResponderExcluirEntão... melhor ficar quieto.
Como diz uma amiga minha, se suas palavras não vão acrescentar, melhor ficar calado.
Então... mmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm...
Abraço tavareano (certeza de que estou...)
Isso é muito injusto.. Eu não ligo para indelicadezas, desde que elas sejam remexedoras dos bons costumes... Afinal de contas, qual era a pergunta? Fiquei curiosa!!! E se a pergunta é a única coisa que brada dentro de você para se comentar é porque em alguma coisa mexeu... Algo tocou... Que tal trocarmos?
ExcluirVale a pena não, acredite... Além de indelicado, como disse, não acrescentaria nada... nem remexeria nos bons costumes...
ExcluirEm suma: bobagem, que desmereceria texto tão bem escrito.
Abraço tavareano (será que estou?!)
:(:(:( Eu já disse que sou uma pessoa curiosa???
ExcluirBom fim de semana!
Vai continuar sendo curiosa...
ExcluirPronto e acabou-se!